sábado, 29 de novembro de 2014

Mitologia Egípcia


E aê galera...

Dando continuidade a seção de mitologias, vou me atrever a falar hoje de mitologia EGÍPCIA.
Os egípcios possuem uma cultura fascinante e logicamente seu "culto" não poderia ser diferente.
Os donos das pirâmides e das múmias possui um sistema religioso extenso e complexo, com elementos filosóficos e representações ligadas a natureza humana e universal.

A Origem

A criação egípcia parte de Rá, a divindade solar. No principio Rá encontrava-se como um oceano primitivo, um ser subjetivo e origem do universo, chamado Num. Rá precisava de Ar seco e então manifestando Shu, encontra uma ilha de pedra conhecida por "pedra Benben", e assim passa a ser Atum, o ser objetivo e primordial do panteão egípcio. Nesse momento em que manifesta sua vontade Rá emana Hu e Sia, a palavra criacional e a ciência criadora. Rá dizia os nomes e as coisas iam surgindo. Alguns textos citam Hu como a palavra dita durante a ejaculação de Rá.
Hator, sendo o próprio olho de Rá, é enviada a procurar outros deuses. Ao voltar Hator repara que outro olho surgiu na face de Rá e triste ela chora, de suas lágrimas nascem os seres humanos. Hator entrega a Rá Shu e Tefnut (ar seco e umidade), que ao se juntarem geram dois filhos, Geb e Nut (céu e terra), que se unem e geram vários filhos (as estrelas). Shu proíbe Nut de gerar filhos, porém a divindade disputando um jogo com Thot ganha o direito de gerar filhor por 5 dias e assim gera: Osíris, Seth, Néftis e Ísis, algumas fontes ainda colocam Hator como filha de Nut.
A partir destas ultimas divindades geradas por Nut, se desenvolve todo o sistema religioso egípcio
Na verdade as divindades egípcias eram consideradas manifestações de atributos de um ser supremo.

A família divina


Estes últimos deuses gerados por Nut, são o que temos hoje como estrutura arquétipa do panteão, pois estes se assemelham aos deuses de outros panteões e da mesma forma são cheios de emoções e ira e ciúmes assim como nós humanos.

A situação do panteão como conhecemos se dá quando os irmãos Osíris e Ísis se casam, porém o irmão Seth, ataca, mata e desmembra o irmão Osíris, espalhando seus restos pelo mundo. Seth agora odiava Hórus, filho da união entre Osíris e Ísis. Certa vez Seth e Ísis discutiam e Hórus tomou a frente defendendo a mãe e acabou entrando em combate com o tio. Ísis tentando ajudar o filho atira um arpão em Seth e acaba acertando o próprio filho que enfurecido arranca a cabeça da mãe. Em seguida castra Seth, porém é ferido no olho durante a briga. Ísis recupera os pedaços de Osíris e o ressuscita com a ajuda de Anubis.

Acreditasse que o Egito tenha mais de 2000 deuses dos quais 144 tenham culto mais difundidos.
Dentre os principais podemos citar: Rá, Khepra, Ptha, Shu, Geb, Osíris, Ísis, Hórus, Seth, Néftis, Thot, Hator e Amom...

Os templos



Como de comum as religiões antigas, os templos egípcios não eram um local publico. Somente os sacerdotes designados pelos faraós tinham acesso ao interior dos templos. Eram locais de rituais para manter a harmonia universal, onde as divindades representavam aspectos de um ser supremo, logo um ser cosmológico. Portanto apenas o Faraó e alguns iniciados nos mistérios tinham acesso e conhecimento para realizarem os ritos nos templos.

Os faraós

Eram vistos como abaixo dos deuses. As divindades geraras por Nut muitas vezes tinham em seus mitos conotação de terem tido uma vida terrena, logo os faraós se intitulavam descendentes direto dos deuses. Seus símbolos eram as esfinges, corpos de leão mostrando força e cabeça humana mostrando sabedoria.

A Enéade

Osíris,

Filho de Geb e Nut, Ausar inicialmente foi como toda divindade um deus local associado a agricultura e pastoreio. Com o crescimento de seu culto, Osíris começou a ganhar atributos e substituir os deuses que estavam acima de si até chegar a um status de assumir e substituir o culto solar.

Devido a sua mitologia, Osíris assumiu o titulo de divindade da vida no além, sendo ele o mesmo que julgava os mortos na "Sala das duas Verdades", onde o coração do julgado era pesado e caso pesasse mais que uma pena este seria condenado.

Muitos templos foram erguidos para esta divindade e Osíris era bastante representado utilizando a mitra (coroa litúrgica utilizada atualmente por bispos e papa da igreja apostólica romana). E isso remete ao seu mito.

Casado com sua irmã Ísis, Osíris tinha como irmãos Néftis e Seth. Governou o Egito e civilizou a humanidade, ensinando agricultura e domesticação de animais. Esses ensinamentos garantiu um longo período de fartura e prosperidade ao Egito. Seth que governava o deserto e achando sua situação desfavorecida perante o irmão.
Com a ajuda de 72 traidores, Seth convida o irmão para um banquete e lhe apresenta durante a festa uma caixa mortuária, e prometeu presentear no fim da festa a quem coubesse na caixa, com a mesma. Todos na festa tentam entrar sem sucesso, pois a caixa estava nas medidas de Osíris, quando este entra os 72 combinados com Seth fecham a caixa e lacram Osíris, atirando a caixa no Nilo.

Ao descobrir o fato Ísis corre atrás do marido e descobre na fenícia que a caixa ficou presa em uma arvore, que tinha sido cortada para servir de coluna para o palácio do imperador. Ísis corta a coluna e recupera o corpo de Osíris e o esconde em meio a uma plantação de papiros.

Seth, descobre o corpo do irmão e decide esquarteja-lo em 16 partes e espalhar os pedaços pelo Egito.
Ísis e Néftis partem para recuperar as partes de Osíris, porem conseguem reunir todo o corpo exceto o pênis, pois este tinha sido devorado por um peixe. Ísis cria um falo com caules de plantas. Com o auxilio de Anúbis, Ísis e Néftis entregam o corpo do irmão para o processo da primeira múmia. No processo do ritual Ísis é transformada num "milhafre" (ave parecida com um falcão), que ao bater suas asas move um ar sobre Osíris que o ressuscita.

Osíris ainda mumificado e Ísis como uma ave, praticam o ato sexual e geram Hórus, que assume o lugar do pai enquanto Osíris cuida do reino dos mortos.

"Fugindo da mitologia Osíris segundo historiadores seria um líder nômade, que introduziu o conhecimento da agricultura nas regiões do Delta do Nilo, entrando em conflito com o líder local, sendo morto em combate por este e posteriormente vingado pelo seu filho."

Osíris é comparado com vários personagens conquistadores e assemelhado com o Dionísio grego.
Possui, como símbolos o Djed, ligados a coluna vertebral (sustentação do corpo), pilares da verdade, e o mais provável é a ligação com a arvore de Cedro na Síria onde o sarcófago ficou preso. A pele de uma vaca esfolada presa a um pau e a barca sagrada "nechemet" eram outros de seus símbolos.

Seth,

Representava o Caos, englobava elementos como violência, guerra e traição, filho de Geb e Nut e irmão de Osíris, Seth era marido e irmão de Néftis. Rasgou a barriga de sua mãe para nascer.
Conhecido como o deus vermelho, Seth era auxiliar de Rá controlando a serpente Apófis.

Seth, simboliza o divino rebelde, assim como o Satanás semita, pois de um auxiliar direto de Rá passa a um deus caótico exigindo a posição mais alta dentre os deuses que possuía ao seu irmão Osíris e agora com este morto por suas próprias mãos, cabe ao seu herdeiro Hórus que passa a ser o novo alvo de Seth.

Seth, por sua vez, recorre e Rá pela sua posição alegando ser o único deus com condições de assumir  posição, argumento contestado por Hórus como sendo herdeiro legítimo. Ísis intervém e tenta convencer os Eneades a não decidirem em favor de Seth, o conselho se une para decidir o futuro de Seth e Hórus.

Em meio a interferências de Ísis, o conselho decide que ambos devem se transformar em hipopótamos e sobreviver alguns meses debaixo d´água. Tentando ajudar Hórus, Ísis arremessa um arpão em Seth, porém acaba por acertar Hórus que enfurecido ataca a mãe e a decapita.

Algumas versões diz que a verdadeira razão de Seth odiar seu irmão Osíris foi por uma traição entre Osíris e Néftis.

Possui a forma de vários animais, porém uma das mais descritas é a de um hipopótamo, devido a ser um animal agressivo e mais característico com suas pinturas, é comparado a um porco do deserto, porco da terra ou porco formigueiro.


Ísis,

Cultuada com grande força no Egito, seu culto se estendeu por várias culturas e existe até hoje.
Ísis tinha como atributos o aspecto da mãe e da família, era vista como senhora da magia. Com seu aspecto materno era a deusa mais reverenciada pelas classes baixas.

Estima-se que seu culto se iniciou por volta de 2500 anos A.C.

Na enéade é a filha mais velha de Geb e Nut. E devido ao seu mito como esposa de Osíris, que o ressuscita com a ajuda da magia de Anúbis e sendo Osíris como toda divindade regional considerado um aspecto de fertilidade, coube a Ísis agregar em si todos esses elementos sendo assim uma divindade com aspectos múltiplos.

Seu nome original no Egito é "Auset", tinha o significado de "Ela no trono". De fato Ísis tem uma grande importância no significado da linhagem faraônica, pois foi Ísis quem batalhou para que Hórus, seu filho, herdasse o trono de seu pai Osíris, que estava sendo requerido por Seth.

Seu templo mais importante e conhecido talvez seja o tempo de Gizé, onde temos as piramides que é são grandes templos e tumbas. Seu culto talvez seja um molde para os cultos a deusa mãe que se estendeu por todo o mundo. Tem-se registros do culto a Ísis Grécia antiga, por toda a Europa e Ásia.

Ísis era venerada e associada segundo a constelação que conhecemos como "Virgem", pois esta surgia no período das colheitas. A deusa também foi bastante fundida com os atributos de Hator, utilizando muitas vezes as mesmas simbologias.

O culto a deusa mãe vem sendo recontado e ajustado desde os tempos remotos com Nana Buruku, e Oduduwa. E Ísis foi quem firmou esse culto. Assim tivemos Astarte, Semiramis, Hera, Juno e mais recentemente Maria...
Um fato interessante é que numa dessas associações com deusas mães, Ísis é fundida a Mut, que por sua vez era estéril, porém um fato importante do culto a Ísis é o nascimento de Hórus e seu firmamento como divindade principal no lugar de Osíris. Então nesta fusão Ísis gera Hórus por meio de magia, fato bem semelhante ao nascimento mágico de Jesus da virgem Maria.
Podemos dizer até que as várias deusas que existem, são faces dos muitos atributos de Ísis. Pois na Grécia temos Hera, Afrodite, Deméter e Héstia, representando o casamento, a sensualidade, a fertilidade e o fogo (magia), e todos esses são atributos de Ísis.

Néftis,

deusa feminina, irmão de Ísis, Osíris e Seth, e parte da enéade. É também a esposa de Seth. Algumas versões do mito invertem os casais de irmãos colocando Néftis como esposa de Osíris e mãe de Anúbis.

Seu nome significa "a dona da casa", que representa o céu noturno, onde o Sol se abriga a noite, possui quase os mesmo atributos de Ísis.

Pode-se entender que Néftis é a parte complementar de Ísis, ela representa a obscuridade, a noite, o mistério da morte. Semeou o caos juntamente com Seth, enquanto Osíris e Ísis espalhavam a ordem.

Teve importante participação na magia de ressurreição de Osíris, juntamente com Ísis e Anúbis. As ataduras que envolviam as múmias já foram chamadas "mechas de néftis".

Enquanto mulher de Seth era conhecida pelo titulo de "mulher sem vagina", porém manteve relações com Osíris e destas relações nasceu Anúbis.

Divindades

Rá,

principal divindade da quinta dinastia egípcia, era identificado como a luz solar, como o sol do meio dia.
Visto como o deus anônimo, é dito que foi o primeiro Senhor do mundo, mas insatisfeito com os homens, Rá retorna para sua morada nos céus e deixa Thot em seu lugar aqui na terra.

Seu centro de culto era em Heliópolis, era identificado lá pela sua manifestação como Atum, então chamado Atum-Rá. Nessa fase é o principio da Enéada gerando Shu e Tefnut, Geb e Nut, e estes últimos geram Osíris, Seth, Ísis e Néftis.

A divindade Rá é o ultimo estágio do principio divino. Vejamos os estágios divinos de Rá.

Num, 

é o ser subjetivo, o oceano primitivo, o neter egípcio. É filosoficamente e teologicamente entendido como o instante ou estado do universo como uma ideia.

Atum, 

é o ser objetivo, quando a ideia (Num) passa a ser objetiva, ou seja, quando passa a ser concreta. É a divindade primordial de onde sua explosão surge as demais divindades e tudo que existe, é também um neter egípcio.


Hu, 

é a divinização da palavra criacional, que Atum exprime no momento de explosão criativa, onde de sua ejaculação ou segundo algumas versões auto-castração Atum cria a Enéada.

Sia, 

estava diretamente associado a Hu, pois Sia é o principio divino da ciência (sabedoria) criacional de Atum.
Quando Num se consolida em Atum e expressando Hu e Sia desta explosão surge o astro rei, o Sol e neste instante surge Rá deificado como o próprio Sol.

 

Amon, 

é um deus local de Karnak e seus atributos o ligam diretamente a Rá. Se tornou a principal divindade do Egito representando a força criadora da vida. O faraó Tutancâmon, foi um dos responsáveis pelo restabelecimento de seu culto. Era visto como Amon-Rá.

Aton, 

era uma outra forma de Rá ou Amon, esta divindade foi a estabelecida como oficial pelo faraó Aquenáton .

Ka, 

é a ideia egípcia de principio ativo do "ser". o que nós entendemos como "espírito".

Ba, 

é a ideia egípcia de "alma"ou principio de "ser", os egípcios entendem que cada ser assim como os deuses possuem um Ka, e isto é que nos diferencia e individualiza como "ser". Era representado como uma ave com cabeça humana.

Shu, 

é o principio divino do ar seco, masculino, calor e luz. podemos o identificar como a primeira manifestação espiritual. E temos aqui o primeiro casal primordial.

Tefnut, 

é o princípio divino da umidade, feminina, que traz a vida.

Geb, 

 é o deus egípcio da terra, filho de Shu e Tefnut, e o próprio firmamento o próprio planeta terra.

Nut, 

é a deusa dos céus e a reconhecida mãe dos deuses.

Hórus, 

é tido como o deus céu, mais precisamente um deus solar. Seu auge ocorreu após a morte de seu pai Osíris, e era tido como reencarnação de Rá. A origem do mito de Hórus ocorre na morte de Osíris, quando sua mãe Isis assumiu a forma de um pássaro e pousou sobre o corpo mumificado de Osíris.
É uma divindade muito antiga conhecida desde a primeira dinastia pelo epíteto de HORAKHTI, que significa "Hórus do horizonte". Seu animal de simbolismo é o falcão e seu sigilo é o seu próprio olho.
O falcão foi um dos primeiros animais a serem cultuados no antigo Egito, devido ao seu voo altivo e próximo ao Sol, e por ter uma excelente visão capaz de fixar o olhar em direção ao grande astro.


Thot, 

divindade do conhecimento, patrono da ciência em geral. É atribuído a esta divindade os conhecimentos da matemática, medicina, astronomia e alta magia. Thot é representado com a cabeça da ave íbis e algumas raras vezes com a cabeça de um babuíno. Em quase todos os mitos onde Thot é citado ele esta auxiliando alguém com seu conhecimento mágico. É também atribuído a ele a criação da escrita e dos hieróglifos. Sincretisado com o deus Hermes, Thot é altamente venerado por todo o Egito devido a importância de seus mistérios envolvendo os números e assim toda a ciência do antigo Egito.Existem algumas versões para a origem de seu nome, que em hieróglifo é Tehuti, que significa "o que equilibra". A alguma textos que o mencionam pelo nome de Khufu, qua foi traduzido em grego como Cheops ou Keops. Segundo um historiador chamado Manetho, Este Khufu era um ser diferente dos  humanos comuns. E textos ainda mais antigos atribuem a este ser (Khufu) a escrita do livro de Gêneses, que foi posteriormente atribuído a Moisés e compilado ao Pentateuco. Thot possui 3 elementos principais que são: religião, ciência e arte. E assim como qualquer trindade os elementos são unificados num triângulo se tornando uma unidade. Thot é sem duvida a divindade mais complexa do panteão Egípcio, pois contem em si todo o conhecimento do universo e tido como o equilíbrio universal. Segundo Thot a grande pirâmide do Egito, foi erguida seguindo padrões geométricos do corpo humano. E dessa forma gera em si energia assim como o corpo humano. Acredita-se que da mesma forma que uma pessoa sensitiva visualiza energia no corpo humano, este também a encontrara emanando da grande pirâmide. Um rito de iniciação, consistia em manter o indivíduo deitado numa posição especifica por 3,5 dias, dentro da câmara de Reis num sarcófago, por onde passa uma dessas correntes de energia, depois era feito o mesmo processo na câmara da Rainha, onde uma segunda corrente de energia equilibraria a primeira, trocando cerca de 1/3 da consciência objetiva do iniciado por consciência crística (cósmica). Assim o iniciado sairia deste processo com uma consciência elevada e pronto para atuar como um agente de Thot.


Hator, 

a deusa vaca, como é conhecida, era uma divindade ligada a fertilidade num período onde a vaca era tida como animal sagrado. Tem seu nome citado num período 3200 à 3100 AC, na tábua do faraó Narmer. Tida como filha de Rá a deusa era associada ao Sol e por sua atribuição a fertilidade também trazia a fartura como atributo, sendo vista como deusa dos minérios e pedras preciosas. Devido a antiguidade de seu culto, os gregos a sincretisaram com Afrodite. Hator foi conhecida por mais de 3000 anos pelo epíteto de Mehturt, que quer dizer "grande enchente", fazendo menção a Via Láctea, chamada pelos Egípcios como "Nilo celeste", conferindo a Hator créditos pela enchente anual do Nilo. Mitos mais primitivos colocam esta divindade como esposa de Thot e até mesmo no lugar de Ísis.


Anúbis,

 Simbolizado pelo chacal, um animal que tem por costume desenterrar ossos, é a divindade guardião dos túmulos e o pai da técnica de embalsamamento. Ora filho de Seth e Néftis, outras como filho de Osiris e Néftis.
Osiris confunde Néftis com sua esposa Isis, e deste encontro nasce Anúbis, ao saber da gravides, Néftis foge da presença de Seth, e Isis por sua vez guiada por cães encontra o bebe e o alimenta, desde então Anúbis passa a guardar a Deusa.
Assim como os cães guardam seus donos, Anúbis era tido como guarda dos deuses, e sua principal função era a de guarda tumular e conservador dos corpos. Era comum ter imagens de Anúbis próximo de sarcófagos com múmias.
A divindade tinha seu culto com maior foco localizado na cidade de Cinópolis. Além de guardião dos segredos do embalsamamento e guardião dos mortos, Anúbis era um dos juízes dos mortos, que após algumas provas era julgado se entrava no além túmulo ou devorado por Ammit o deus leão.
O morto era conduzido a sala de julgamento proferindo uma série de frases co o intuito de se promover com alguém justo diante do deus, palavras como estas:

"Não pratiquei pecados contra os homens.
Não maltratei os meus parentes.
Não obriguei ninguém a trabalhar além do que era legítimo.
Não deixei de pagar minhas dívidas.
Não insultei os deuses.
Não fui a causa dos maltratos de um senhor ao seu escravo.
Não pratiquei enganos com o peso da minha balança.
Não causei a fome de ninguém.
Não fiz ninguém chorar.
Não matei ninguém.
Não pratiquei fraudes na medição dos campos.
Não subtrai o leite da boca das crianças..."


Enquanto isso, Anúbis se posicionava diante de uma balança e colocava assim o coração do morto no prato esquerdo da balança e uma pena, símbolo da deusa Maat (a verdade) no prato da direita. E para que o coração não pesasse contra o morto era proferida tal evocação.

"Ó meu coração, minha mãe; ó meu coração, minha mãe! Ó meu coração de minha existência sobre a terra. Nada se erga em oposição a mim no julgamento perante os senhores do tribunal; não se diga de mim nem do que eu tenho feito, "Ele praticou atos contra o justo e o verdadeiro"; nada se volte contra mim na presença do grande deus, senhor de Amentet. Homenagem a ti, ó meu coração! Homenagem a ti, ó meu coração! Homenagem a vós, ó meus rins! Homenagem a vós, ó deuses que assistis nas divinas nuvens, e sois exaltados (ou sagrados) graças aos vossos cetros! Falai [por mim] coisas justas a Rá, e fazei que eu prospere diante de Neebca. E contemplai-me, ainda que eu esteja preso à terra nas suas partes mais íntimas, consenti que eu permaneça sobre ela e não me deixeis morrer em Amentet, mas me torne uma Alma Imortal dentro dela."

Anúbis tinha uma consorte chamada Anput e uma filha chamada Kebechet


Bastet,

A deusa gata tinha como domínios a maternidade e a fertilidade. Tida como uma das esposas de Rá, foi mãe de Nefertum e Mihos. Sendo uma deusa solar, representava no entanto a lua, sendo algumas vezes comparada com a grega Artemis.
Bastet guardava as casas, controlava os eclipses, simbolizava a cura  e sendo uma felina ligada a maternidade tinha como símbolo maior a lua. Tinha seu centro de culto em Bubastis, e o gato era seu animal sagrado representando a própria deusa, quem matasse tal animal era condenado a morte, e quando um gato morria naturalmente a família rasava suas sobrancelhas como símbolo de luto e respeito a deusa. É comumente confundida com Sekhmet.


Sekhmet,

Não posso deixar de comentar que é um dos meus aspectos divinos preferido, se não a preferida.
Em um corpo de donzela com cabeça de leoa e o circulo solar por sobre a mesma, Sekhmet era a representação do poder destrutivo do Sol, simbolizando a Ira de Rá. Ao mesmo tempo que era uma fúria sanguinária, que espalhava epidemias, a deusa também realizava curas, sendo a padroeira dos médicos.
Tinha seu centro de culto na cidade de Mênfis, onde era cultuada com Ptha, seu consorte e Nefertem, seu filho.

"Sua juba era cheia de chamas, sua espinha dorsal tinha a cor do sangue, seu rosto brilhava como o sol... o deserto ficava envolto em poeira, quando sua cauda o varria..."

Diz-se que quando Rá ficou velho, os homens começaram a critica-lo. Este insatisfeito com a atitude dos homens, reuniu os deuses e declarou punição aos homens, neste momento, Rá chamou sua esposa Hator, e fixando nela o olhar, com fogo que saia de seus olhos transformou a deusa em Sekhmet (a poderosa). Rá então enviou a deusa recém nascida para sua missão. Sekhmet desceu a terra com tamanha fúria que quase destruiu toda a humanidade num massacre brutal, derramando sangue por toda a terra. A deusa tinha sede de sangue e vendo Rá que a deusa estava descontrolada e que a mesma aniquilaria com toda a raça humana, ordenou que buscassem grãos de frutas vermelhas e misturou com uma forte bebida, fazendo um preparado que tinha o aspecto do sangue humano, então foram preparados 7.000 jarras com esta bebida e derramado num campo onde a deusa seguiria com sua destruição e matança. Quando a deusa chegou no local e viu todo aquele liquido e achando ser sangue humano, a mesma desceu e bebeu todo o liquido, embriagando-se e assim parando com a destruição. Ao acordar a fúria da deusa tinha se acalmado, e desde então periodicamente em todas as festas, preparasse tal bebida para aplacar a ira da deusa, a Ira de Rá.







É isso aê galera, té +...

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